27 de novembro de 2010

A Beira da Marginalidade



É de conhecimento geral que o Rio se encontra em uma das piores crises de violência, senão a pior.

Ouvi nos últimos dias muitas pessoas de classe média/alta defendendo a pena de morte, mas nenhuma se prontificando a resolver os problemas de marginalidade do país. O que acontece hoje no Rio de Janeiro pode sim ser chamado de insurreição popular, que é fruto do descaso não somente dos políticos quanto da população das classes A, B e C.

Nós estudamos nas escolas os muros da sociedade como por exemplo, o Muro de Berlim, o muro que separa a Palestina de Israel, o muro que separa os EUA do México e aprendemos até mesmo sobre os muros da ignorância e "aprendemos a respeitar" o próximo independente de sua classe, cor ou etnia. Mas, cegos pelas revistas semanais e pela imprensa marrom, deixamos criar um muro que separa a favela do povo rico mesmo embaixo de nossos narizes e não vimos ou não quisemos ver.

Enquanto existir esse muro, será a marca de nossa ignorância, a marca de que a violência sempre existirá pelo descaso de quem pode mudar alguma coisa, a prova concreta que a intolerância, o egoísmo, egocentrismo e o descompromisso com a nação está presente aqui mais até do que na Alemanha Nazista, o triste penar da sociedade estará presente nesse muro como na segregação ou Apartheid tipicamente brasileiro.

Viva a insurreição popular!

"Quando um muro separa
e nenhuma ponte une"

(Lúcia Leitão)

26 de novembro de 2010

Situação do RJ

Bom, Mateus me deu a idéia de falar algo sobre a situação caótica que o Rio de Janeiro tem passado... eu preferi não dar uma de sabichão e dizer o que eu penso nas palavras de outra pessoa.
Esse texto foi tirado do site do PSTU logo  primeira página.

A farsa da pacificação do Estado do Rio de Janeiro 

PSTU RJ

O Estado do Rio de Janeiro vive uma verdadeira guerra civil, um estado de sítio, que desmascara a demagogia e a incompetência do governador reeleito Sergio Cabral (PMDB) e seus subordinados. Para ganhar a eleição divulgaram amplamente que a cidade e o estado estavam pacificados, que tinham através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) acabado com o tráfico e, consequentemente, com a violência. 

Neste exato momento helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar sobrevoam a cidade e as comunidades do Complexo do Alemão e a de Manguinhos, tentando encontrar os culpados por esta situação. As escolas estão suspendendo as aulas e os trabalhadores estão voltando mais cedo para as suas casas. No centro da cidade as pessoas interrompem mais cedo as suas atividades. Neste momento, ônibus estão sendo incendiados, e rodovias bloqueadas por traficantes, que saqueiam os veículos e logo em seguida ateiam fogo. Nos últimos dias. mais de 40 veículos, entre ônibus e carros de passeio, foram incendiados, dezenas de bloqueios de estrada, para em seguida ser praticado o saque aos motoristas.

Em vários pontos do estado, o governador aliado de Lula, tenta através de blitz inibir a ação dos traficantes, todos os policiais que exerciam funções internas, médicos, mecânicos, funcionários burocráticos, todos foram convocados para atuarem nas ruas das cidades como se o problema da violência fosse resolvido numa ação de guerra. Todas as medidas até agora adotadas pelo setor de segurança do estado falharam, e o que predomina é o pânico, a insegurança e a falta de uma política que de fato enfrente a violência e a insegurança.

Neste momento a imprensa, em particular a Rede Globo, aproveita a situação para aumentar sua audiência, alardeando o caos que se encontra a cidade e o estado, mas não fala que tudo isso se explica, por um lado, em função da miséria que vive uma parte da população, que é condenada a viver nos morros da cidade em barracos, sem empregos e com salários insignificantes, reprimida pela polícia fascista e corrupta de Sergio Cabral, pelo tráfico ou pela milícia. Por outro lado, a conivência do Estado com os grandes empresários, que tem ligação com o tráfico internacional de drogas e de armas. Estes senhores quando são pegos alegam que são colecionadores de armas.

Neste momento o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que quem passar na frente do Estado vai ser atropelado. Os policiais traduzem as ordens do Estado e dizem que vai morrer muita gente. Treze pessoas já morreram, demonstrando qual é a política destes senhores fascistas. Vão exterminar os pobres e negros e jovens e vão dizer que são traficantes. Um bom exemplo que não devemos confiar nestes governantes foi a instalação das UPPs na área da Tijuca, o morro do Borel, Formiga, Casa Branca, Macacos, Morro da Liberdade, Turano, Salgueiro, todos com grande presença do tráfico, com centenas de traficantes fortemente armados, foram ocupados após acordo do governo com os traficantes, que garantiu a saída de todos , com seu armamento de guerra, antes da ocupação. 

Uma vergonha. Esta manobra do governador e de todos os seus aliados foi comemorada por Sérgio Cabral, Lula e Dilma, e seu secretário de segurança, que divulgaram amplamente que tinham acabado com o tráfico e pacificado a cidade e o estado sem dar um tiro. Disseram que os traficantes fugiram assustado. Com este discurso ganharam as eleições de outubro. Quem não lembra da candidata Dilma dizendo na televisão que iria exportar estes exemplos do Rio para o resto do país? Na verdade o que ocorreu foi um grande acordo do Estado com os traficantes, que se deslocaram para outras regiões da cidade e do estado, preparando a região da Tijuca e da Zona Sul para receber os turistas e os investimentos da Copa do Mundo e para as Olimpíadas.

O governador e seus aliados andam de carro blindado, com escolta de seguranças, de helicóptero, enquanto nós trabalhadores ficamos vulneráveis nos ônibus, que estão frequentemente sendo incendiados. O governo aproveita esta situação para criminalizar a pobreza, estão preparando um verdadeiro extermínio nas regiões mais pobres. Está sendo preparada a invasão do Complexo do Alemão e de Manguinhos. Sabemos que quem vai pagar são os trabalhadores e a juventude, com o pretexto de atacar os traficantes, sabemos onde vai dar essa política. Se for negro e pobre, atira e depois verifica quem é.

Um programa socialista para enfrentar a violência
Não achamos que as UPPs sejam a solução. Não é possível viver sob uma ocupação. Todas as medidas de maquiagem do Estado, os cursos com os caminhões do SENAC nas comunidades (para pouquíssimas pessoas) para ensinar corte e costura e formar cabeleireiro e noções de informática, não garante o que é o fundamental. As pessoas precisam na comunidade e no país de um bom emprego, com um salário decente. Por isso propomos que o salário mínimo dobre imediatamente. Propomos a construção de boas escolas com muitas vagas e com profissionais da educação tendo um salário decente, e não o vergonhoso salário de 700 reais que paga o estado ao professor. Defendemos a construção de bons hospitais para que os trabalhadores não morram por falta de leito nas emergências. Exigimos que o governador pare imediatamente com a demolição do IASERJ, com o fechamento do Pedro II, hospitais que são fundamentais. Queremos lazer decente, acesso a cultura e não maquiagem para turista ver. Queremos moradias decentes e com infra-estrutura. Existe um responsável pelas ações que estão ocorrendo no estado e na cidade: é o governador, os prefeitos e o governo federal que fizeram muito estardalhaço nas eleições e que agora nos deixam nesta situação.

Não acabaremos com a violência e com o tráfico sem descriminalização das drogas, sem colocar na cadeia os grandes empresários que traficam as armas e as drogas, sem o confisco de seus bens. Não acabaremos com violência se não tivermos empregos decentes para as nossas famílias. Precisamos dissolver essa polícia e construir uma polícia ligada à população e, principalmente, controlada por ela, com eleições para o comando e para os delegados e com mandato revogável. Exigimos o fim do extermínio dos pobres e negros. Não a invasão e ao extermínio dos moradores das comunidades.

PSTU - Rio de Janeiro


http://www.pstu.org.br/

25 de novembro de 2010

1º post

Queria agradecer primeiro a Deus, depois ao meu irmão, aos meus pais e as pessoas que sempre me apoiaram... estou muito feliz por ganhar esse premio... snif snif
hahahahahaha


Zueiras à parte... vlw Mateus pode deixar eu estragar sem blog! Garanto que as pessoas vão ficar felizes com meus postezinhos maneirissimos!


Cara, pra começar, andei dando uma olhada no globo.com (gente não faça isso em casa) pra ver sobre oq escrever... e a unica coisa que me veio à mente foi crise de todos os lados... a "marolinha" de lula virou " Um espectro ronda a Europa" de Marx e Engels... no caso os dois falavam de outro espectro... o do comunismo (espero que esse também ronde por la... e por cá também). Entretanto vemos uma crise de proporções maiores que a de 29. E (me aproveitando de frases feitas) o inimigo mora ao lado... ligando os acontecimentos na Coréia com a história... que infelizmente tende a se repetir... vejo que no final das contas quem vai pagar caro por essa crise são os trabalhadores (muitos, provavelmente, com a vida)... então... por enquanto... fica o recado... duvide dos próprios olhos principalmente quando estão recebendo notícias da grande mídia!
Saudações!

24 de novembro de 2010

Um novo autor.

Sei que não vai fazer muita diferença na vida de vocês, mas eu convidei para escrever e ser um dos autores do blog comigo o meu irmão Sancler (Saint' Clair). Ele estará me dando apoio no conteúdo do blog. E foda-se que ninguém nos leia, quando precisarem de conteúdo estaremos aqui, sempre.

Brigado e voltem sempre.

22 de novembro de 2010

Chove, derruba, chora, constrói...

Foto por Mateus Sonegheti.

"A religião é o Ópio do povo", já dizia Karl Marx.

Não quero bancar uma de sabichão ou de revoltado. Realmente eu sou um pouco, mas sei lá. É chato ler textos assim, mas é necessário reclamar de algo que já vem acontecendo faz tempos nas redondezas da minha cidade e algo que aconteceu comigo em minha casa, algo que eu nunca esperaria, mas é como se diz: "Acontece nas melhores famílias".

Bom na região metropolitana a qual minha cidade faz parte existe uma outra cidade chamada Vila Velha, que era para ser de classe média/alta, e é. Mas não são só eles que vivem lá. A classe baixa também vive lá assim como em qualquer lugar do mundo.

Porém estranhamente todas as vezes que chove um pouco mais, é necessário que as famílias de lá reconstruam seus barracos, comprem móveis novos no entanto o que me intriga é que sendo uma cidade com prefeito, secretários e os demais cargos públicos, porque não se faz nada a respeito? Como obras de saneamento. Fui descobrir a resposta a essa e outras perguntas na religião, não obrigatoriamente mas principalmente.

Acontece que comentei sobre isso aqui em casa aonde a sócia de minha mãe é Vila Velhense e ela disse:

- Ora, mas reclamar aonde, pra quem?
- Vocês não tem um prefeito? Pois então, pra ele.
- E vai adiantar alguma coisa? Aquele idiota não faz nada que preste.


Depois disso resolvi deixar morrer o assunto porque apartir daqui começo a me exaltar. Seguindo a premissa democrata primária, básica de todas. "Todo poder emana do povo", e onde anda todo esse poder? Se o prefeito nada faz, então tirem-o do poder. Simples. É tão dificil as pessoas se revoltarem por terem suas casas destruídas por causa de desvio de verba que deveria ir para obras públicas. Se ao menos largassem essa vida de apatia, que consome a todos nos dias atuais.

Entretanto um importante meio de segurar uma revolta como essa, são as religiões, todas elas sem exceções ligadas a grande burguesia e a classe média, quem seriam gravemente afrontado caso a plebe rude passasse a dar as cartas por aí. Se alguém tiver castigo melhor pra revolta do que a ira de Deus. Que me apresente.

Aliás, uma solução ainda mais simples, vote consciente.

5 de novembro de 2010

Voto crítico em Dilma?

Estava eu vendo notícias ao léu e me deparei com uma notícia interessante que por questão de espaço vou a parte que me deixou inspirado (alguns comentários igualmente claros em que militantes “revolucionários” se mostram indignados por que algumas pessoas votarão nulo e não na Dilma – eles merecem comentário à parte):

Após reunião de sua executiva, o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) definiu como posição para a eleição presidencial do segundo turno “nenhum voto em Serra” e recomenda entre seus militantes o “voto crítico em Dilma ou voto nulo/branco”.

A partir de então fiquei me questionando o “voto critico em Dilma”:

Enquanto a esquerda decida dar um "voto crítico em Dilma" nossa previdência passa a exigir 65 anos para a aposentadoria; enquanto damos um "voto crítico em Dilma" os bancos lucram mais de 400% no governo Lula em relação ao governo FHC, e propõem um reagiste ilusório de um pouco mais de 4% aos bancários; enquanto damos "um voto critico em Dilma" movimentos sociais são criminalizados, a juventude negra e pobre é morta em trocas de tiros em que ninguém sabe realmente quem são os bandidos e quem são os mocinhos!

É uma completa falta de clareza política o ato de ter que escolher o "menos pior" pois sabemos em que lado as duas candidaturas dançam e é do lado que fica sempre pior em que o trabalho é precarizado e a brincadeira "trabalho x aposentadoria" é igual um gato que corre atrás do próprio rabo...

Um voto de classe não se define no candidato “menos pior”, mas sim a classe que esse candidato represente; e votar na burguesia é votar contra o trabalhador... e dizer que um dos candidatos é "menos pior" que o outro é enganar os operários!

Realmente, voto neutralidade política não existe, e não é essa a intenção do voto nulo. Voto nulo nunca é neutro, nem nunca pretendeu ser! O voto nulo é o voto de quem reconhece claramente quem são seus adversários e luta contra eles sem se preocupar com que vão dizer!

Acredito que quem vota em Dilma está reconhecendo sua própria classe em seu voto!

Por isso, pra mim, voto útil é voto nulo!

Pra quem quer saber a notícia é http://www.brasildefato.com.br/node/4448

Este artigo foi escrito por Sancler Neto.